quinta-feira, 29 de abril de 2010

Enxame em bidon

Este é um clássico dos abrigos que os enxames escolhem para sua casa. Sejam de ferro ou de plástico, vazios ou nem por isso, os bidons parecem ser um lugar comum na época de enxameação.
Não sei o que há entre as abelhas e os bidons mas deve ser algo muito forte!
Os relatos eram de que o enxame já la estava há algum tempo.

Foi utilizado um funil que é muito útil neste tipo de operações mas, na apicultura, dá jeito para muitas outras coisas. As abelhas ao cair geralmente agarram-se às paredes da colmeia mas algumas, provavelmente as mais velhas, ainda conseguem levantar voo. Isto talvez possa ser mais controlado utilizando um pulverizador com água para molhar um pouco o funil e até as próprias abelhas.

Depois de uma espreitadela para ver em que direcção estavam os favos para que ao rodar o tampo isso fosse feito de modo a os favos não partirem, descobrimos que as abelhas já tinham algum trabalho para mostrar. Neste caso houve alguma sorte pois as abelhas estavam apenas agarradas a um tampo e não à parede do bidon o que era capaz de dificultar um pouco o trabalho.
Os favos não poderiam crescer muito mais em comprimento pois o bidon estava quase cheio de sementes.



O método escolhido foi cortar cada favo e varrer as respectivas abelhas para dentro da sua nova casa. No inicio ainda houve alguma preocupação em procurar a rainha mas rapidamente me deixei disso porque como a cera era muito nova, tornava-se muito difícil manobrar o favo sem o partir. Mesmo para os segurar teve que ser com muito cuidado e embora não tenha havido grandes estragos esta experiência fez-me pensar se não deveria ter escolhido noutra maneira de transferir as abelhas. Talvez algo parecido com o batimento de um cortiço, desproteger o enxame, inclinar o tampo de modo a que as abelhas pudessem subir, e com a colmeia ao cimo do tampo agora transformado em rampa, ir batendo (devagar mais uma vez por causa da cera nova) para tornar desconfortável a sua posição actual, até que subissem sozinhas para o interior abrigado da caixa.
Seria muito Zen! Tenho que experimentar da próxima vez...


Uma ultima olhadela para ver se a rainha aparecia...


Colocando a entrada da colmeia perto da posição original...



E por fim aproveitar os favos que depois de fixos com arame são devolvidos às abelhas de maneira a minimizar o abanão que levaram. Nisto o Sr. Albano revelou-se um ás mas não é de admirar pois sempre foi um homem de trabalhos manuais!
Neste caso penso que seria difícil proceder como aparece no blog Monte do mel - http://montedomel.blogspot.com/2009/01/vamos-capturar-uma-colnia-de-abelhas.html - porque os favos ainda eram muito pequenos, de maneira que optámos por introduzir arames extra pelos orifícios existentes nos quadros, de modo a passarem pelo outro lado do favo e a apertarem o mesmo, quando atados. Em alguns dos quadros foram fixos mais do que um favo.
Não me pareceu que o enxame estivesse lá há mais de duas semanas e se calhar nem isso.
Uma boa experiência onde apenas uma abelha que se viu mais apertada, retaliou e sucumbiu no meu dedo indicador esquerdo, mas talvez para a próxima se tente algo diferente!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Própolis Usado

Já tinha ouvido dizer, num dos fóruns de apicultura portugueses, que por vezes as abelhas aproveitam própolis usado anteriormente em vez de o irem retirar às plantas.
Parece que é o que esta abelha está a fazer neste caixote onde recentemente viviam abelhas!

domingo, 25 de abril de 2010

Rosmaninho deu um pulo

Quando eu tinha decidido anotar as épocas de floração e fazer um calendário para me orientar e comparar com anos futuros, aparece-nos este ano completamente atípico que aos poucos me fez deixar de tomar notas! Será que no futuro teremos mais anos assim?
Há pouco tempo atrás não reparava bem nestes pormenores mas por acaso o rosmaninho nem me parece que esteja muito desfasado da sua época normal.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Faça você mesmo - Cobertura para núcleo

Construir as coisas dá trabalho mas olhando ao preço a que está algum do material apícola esse trabalho vale bem a pena. Se ainda por cima se tira prazer em construir algo então tanto melhor!
Há que ter as ferramentas indicadas e material com que construir e se por acaso não se tem grande talento para a "bricolage" isso nem é assim tão importante pois esse talento e o jeito ganha-se com a prática, à custa das primeiras obras. Outra coisa que é necessária é tempo, coisa que hoje em dia parece fugir por entre os dedos!
Em relação às ferramentas é preciso muito cuidado, desde o simples martelo à ferramenta eléctrica mais avançada. Um dos grandes problemas das ferramentas eléctricas é o barulho que fazem e pessoalmente tenho vindo a sentir cada vez mais necessidade de proteger os meus ouvidos. Dos olhos já nem digo nada!
Não sou carpinteiro nem coisa do género (era desnecessário dizer isto se vissem algumas das minhas construções), mas sei que uma coisa importante é planear bem o que se vai construir, com todas as medidas, e até um desenho não é má ideia.
Eu geralmente desato a fazer as coisas e no fim é que faço os planos de construção o que já me tem trazido alguns agradáveis momentos de stress. É a chamada técnica do "disparamos primeiro e fazemos as perguntas depois"!


Cobertura para Núcleo

Cansado de construir os telhados utilizando madeira e chapa de zinco lembrei-me de fazer alguns de esferovite, em jeito de experiência, para núcleos de 5 quadros.
O esferovite utilizado é daqueles mais rijos usados no isolamento térmico de casas - roofmate ou wallmate.
Este material é bem mais prático, porque pode-se cortar até com uma navalha (cuidado com os dedos) e os parafusos apertam bem nele. Se se pintar com tinta de areia ainda deve durar bastante tempo.
Acaba por ficar bem mais barato que um telhado normal, constrói-se 15 minutos, e em principio dará mais vantagens às abelhas. Em relação ao facto de ser muito leve aí não vejo grande diferença em relação aos telhados de zinco, que geralmente têm que levar algum peso em cima pois também voam com facilidade.
Em relação ao uso de alimentadores ainda estou para ver se poderá haver aí algum problema mas penso que com o peso em cima, não vão a lado nenhum!
Nos núcleos tem lógica ter um cuidado especial com o isolamento térmico, mas também se podem usar nas colmeias normais.

Deve-se dar alguma folga para que o telhado encaixe bem no núcleo ou alça até porque algumas alças acabam por "alargar" mais do que o desejado.
No caso dos que fiz para núcleos de 5 quadros essa folga é mais ou menos de 0,5cm e as medidas são as que constam no desenho. A altura pode ser à escolha do freguês tendo atenção a não ultrapassar as medidas de altura da reversível, lusitana, etc, conforme for o caso.

Aparafusam-se as paredes e de seguida aparafusa-se o telhado que deve ser um pouco mais largo para proteger da chuva.
Se se utilizar um tipo de placas que são frisadas de um dos lados talvez seja melhor colocar a parte que tem os frisos virada para baixo de maneira a que haja ventilação entre o telhado e a prancheta, para eliminar calor excessivo e evitar que se acumule humidade na zona da prancheta devido ao calor do enxame (principalmente no inverno). Se se utilizar outro tipo de esferovite pode-se sempre dar espaço entre o telhado e a prancheta e fazer algumas aberturas para o ar circular.



Doze parafusos devem chegar e é rapidíssimo com um berbequim eléctrico! :)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bolacha com Abelhas!


Digam-lá se não parece uma daquelas bolachas Belgas (passo a publicidade)!!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Filme - Ulee's Gold

Ulee's Gold ou em português O Ouro de Ulisses (não sei como será a tradução oficial do titulo mas costumam ser bem interessantes) é um filme de 1997 que retrata de perto a vida de um apicultor americano que produz mel de Tupelo.
Foi nomeado para um Oscar e ganhou um globo de ouro e um prémio no Fantasporto 1998 entre outros.
A história é centrada no drama familiar deste homem, cujo filho está na prisão e a nora é toxicodependente, que se vê com a tarefa de educar sozinho as duas netas ao mesmo tempo que tenta juntar de novo a família e dar avanço ao trabalho com as abelhas.
O apicultor é interpretado por Peter Fonda que nas cenas em que contracena com as abelhas dá a sensação que já faz aquilo há muito tempo. Ele recebeu treino para o filme numa associação de apicultores da Florida (região onde se faz este tipo de mel) mas o seu à vontade talvez também se deva ao facto de o seu pai, o actor Henry Fonda, ter sido apicultor.
O Tupelo é uma árvore de pântano cujo mel está muito bem cotado e no filme, Ulysses Jackson tem vários apiários e pratica a transumância.

Os que trabalham com abelhas podem identificar-se com muitas das coisas que aparecem no filme (incluindo as dores nas costas), para quem não é apicultor é uma oportunidade de entender melhor este mundo mas não só, já que o filme não é exclusivamente sobre as abelhas!



Página IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0120402/

Por incrível que pareça descobri há pouco que está inteirinho no Youtube em 12 partes!!!
Embora a qualidade não seja a melhor:
http://www.youtube.com/watch?v=jvllJdwjJTE&feature=PlayList&p=4B8841F7A3283724&playnext_from=PL&index=1&playnext=2

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Subir aos arames

Só ao rever as fotos que tinha tirado nesse dia é que reparei neste quadro onde me parece que a presença dos arames fez a rainha não pôr nesses alvéolos, em baixo notam-se quase como duas linhas sem criação mais ou menos onde é suposto passarem os arames :


A julgar pela colmeia de onde encontrei este quadro, não me parece que isto faça muita diferença às abelhas, já que o enxame é dos mais fortes que lá estão mas é claro que não será a situação ideal.
Num outro dia encontrei outro quadro onde isto era ainda mais evidente e assim e pude confirmar que os arames passavam nesses alvéolos.
Isto acontece porque ao incrustar a cera nos arames por vezes ela calha no meio do alvéolo e o arame fica ao descoberto:


Nos próximos quadros vou ter mais atenção ao incrustar a cera mas parece-me muito difícil evitar esta situação ainda por cima se se as folhas de cera que se utilizam forem muito finas!
Lembro-me de ver um video onde utilizavam fio de nylon para fixar a folha de cera mas pergunto-me se não irá dar ao mesmo!

Há sempre a hipótese, por vezes controversa, de não utilizar cera moldada, pelo menos nos ninhos, mas aí a porca torce o rabo.
Uma coisa é certa, introduzir um quadro vazio numa colmeia forte nesta altura só pode ter como resultado isto:

Um bonito quadro de criação mas exclusivamente de zangãos!

...e até aqui cheguei eu!!

domingo, 4 de abril de 2010

Febre de enxameação

Anda por aí a febre de enxameação e eu já tratei de colocar estrategicamente algumas caixas para ver se tenho sorte e aparece lá algum enxame.
Pelo que vejo na minha zona, e se for verdade que um enxame pode abandonar a sua casa nos dias seguintes à selagem da primeira célula real, então ainda devem faltar alguns dias , senão semanas, até se começar a ouvir falar de enxames. Mas como é óbvio não se pode ter isto como uma certeza porque cada exame, mesmo em clima e floração idênticos, está sujeito a muitas condições diferentes que influenciam se vai enxamear e quando, ou então se para já não o vai fazer.

















Pelo menos uma das minhas colmeias vai enxamear de certeza, já que eu não consegui contrariar-lhe o sentido. É muito difícil chegar a uma colmeia carregada com quadros onde há criação, e encontrar a rainha... Ainda por cima sem estar marcada!
De vez em quando lá vislumbrava uma "abelha" maior que o normal e arregalava os olhos, mas não, era um zangão!


Voltando à pesca (ou será caça!?) de enxames, é uma coisa que qualquer pessoa pode fazer, no quintal, no campo, e até na cidade, porque lá também vivem abelhas.
É só arranjar qualquer tipo de recipiente que lhes possa servir de abrigo e, para ser ideal, pedir a algum apicultor um favo com cera velha onde já tenham vivido abelhas!
Pode-se também, de vez em quando, esfregar Erva Cidreira ou Lúcia-lima, nas paredes desse recipiente, ou usar umas pomadas milagrosas que há à venda para o efeito.
Depois é esperar que elas lá entrem, o que, por incrível que pareça, pode muito bem acontecer!
Caso aparecem abelhas, depois vem a obrigação de tratar delas e nos certificar-mos que elas vivem sem fome e com saúde. Elas depois retribuem!

Há gostos para tudo, uns acham que devem pendurar as caixas em sítios com alguma altura, atadas a uma árvore, por exemplo, outros acham que estão melhor mesmo é no chão ou em cima de alguma pedra! Uns colocam-as junto a apiários, outros num sitio qualquer, desde que haja aí passagem de abelhas e seja um sitio com bastante sol e protegido do frio. Há ainda outros que acham que isto tudo é um terrível desperdício de tempo e trabalho, porque consideram que é bem mais fácil fazer os enxames, até porque muitas vezes a qualidade das rainhas destes enxames não é a desejada.
E há sempre o risco de se acolher alguma doença contagiosa (para as abelhas, claro) juntamente com o enxame.
Caso se utilize uma colmeia a sério para atrair o enxame, há também o risco de, em vez de ganhar abelhas, ficar sem a colmeia, já que pesam pouco!
Para já, eu sou dos que gostam de empoleirar as coisas em árvores e aceito de bom grado algum enxame que apareça porque ainda tenho alguma dificuldade em cria-los.
De qualquer maneira, apanhar um enxame é sempre uma experiência espectacular!
No ano passado, quando nunca tinha apanhado nenhum e a minha convivência com as abelhas era pouca, disseram-me que até com as mãos nuas se podiam apanhar...
Talvez haja quem o faça, mas no meu caso depressa aprendi a lição e resolvi que era melhor utilizar um pauzito ou algo do género para ajudar a encaminhar as abelhas!!



De certeza que há muita gente com o vício de apanhar enxames!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Quadro com criação

Um bonito quadro com criação...


Pormenor do mesmo quadro onde se pode ver um resto de criação por selar, pólen de várias cores, e mel:

Pergunto-me como estaria se fosse um quadro lusitano em vez de reversível?

Início

Este blog tem como objectivo principal partilhar o que eu vou passando com as minhas abelhas.
Não sei se se pode chamar um blog de apicultura porque vão com certeza aparecer muitas coisas em pouco ligadas às abelhas, mas as abelhas terão certamente uma forte presença.
A audiência habitual das minhas "abelhices", que consiste na família mais próxima, acaba sempre por ficar cansada do tema e desta maneira sei que há gente por aí com a mesma doença.
Quem conhece alguém com paixão pelas abelhas sabe do que eu estou a falar!

Chamar-lhe Abelha Preguiçosa é na verdade uma injustiça para com o animal que, apesar de já ter lido que divide o seu tempo em trabalhar, passear, e descansar, não me parece que seja comparável à preguiça!
Penso que o adjectivo estará mais ligado a outro animal, nomeadamente o autor deste blog!