As minhas saudações apícolas! Essa colmeia "top bar" é espectacular. Fico sempre com curiosidade acerca dela. Principalmente no que respeita aos tratamentos para o varroa. Costuma fazer os mesmos tratamentos que faz às outras colmeias? Nota alguma resistência maior desta colmeia em relação às outras? Esta semana tive notícias de um confrade do Alto Alentejo, com quem não falava há muitos anos. É um apicultor de cortiços (é verdade ainda os há) e que me disse que desde há seis anos não usa "químicos" para o varroa e que tem menos mortalidade do que quando os usava. Fiquei sem palavras e como a conversa foi de "fugida", não consegui aprofundar o assunto. Tenho muitas dúvidas que seja mesmo como ele diz. Primeiro é preciso averiguar o que é que ele entende por "químicos" e depois se não estará a usar qualquer coisa que ele não inclua nos tais "químicos". Só vendo. Acho que lá para Setembro ou Outubro consigo tirar um fim de semana para ir até ao Alentejo verificar pessoalmente o que ele me diz. Um abraço. Abelhasah.
Olá, Abelhasah! Eu já ando à muito para falar destas colmeias, desta e de outra que instalei este ano, mas não tenho conseguido achar as palavras para escrever, e também não queria estar só a colocar videos e fotos, sem texto, talvez em breve.... Em relação ao varroa não notei nada de especial! No final da época passada observei abelhas com asas deformadas e tive que tratar. Experimentei timol em várias proporções, misturado com óleo alimentar e cera, embebido em cartão canelado e colocado entre os favos, tive surpresas desagradáveis pois parece-me que as abelhas até os favos roeram para se verem livres do timol (deu-me a impressão que até mel transfegaram)! O volume do ninho influencia muito... Como obtive fracos resultados com o timol no inicio deste ano utilizei o fluvalinato, em detrimento do Ac. Oxalico, que me parece mais susceptivel de acabar no mel, as tiras do tratamento, tal como o cartão canelado do timol podem ser seguras por um fio preso entre as tabuas. A minha ideia para a renovação da cera devido a estes problemas, é cortar alguns favos do ninho numa altura em que as abelhas já tenham boas condições de força, e obriga-las a fazer favo novo de ninho, não ajuda muito as abelhas mas é preferivel aos tratamentos se acumularem na cera. Num ninho forte de 10 favos, penso que se podem cortar 5, ficando os de cera mais velha sempre à esquerda, enfim, é um bocado drástico e são operações que se dispensavam bem, se não fosse a varroa... Os favos cortados podem ser colocados no chão da colmeia para não ser uma perda total para as abelhas. Como a colmeia tem duas entradas, uma em cada ponta da colmeia, há sempre a hipotese (que ainda não experimentei) de usar alguns desses favos para fazer desdobramentos, utilizando uma tábua de divisão que está sempre na colmeia. Mas ainda não tenho isto tudo muito bem assente porque, como disse, tenho a colmeia à pouco tempo. Eu também fico sem palavras em relação a essas abelhas dos cortiços... Até agora nas minhas abelhas não notei nenhumas que, mais tarde ou mais cedo, não tenham problemas com a varroa, basta muito simplesmente o enxame desenvolver bem e depois chegar o fim do verão... Penso que já foram feitas experiencias de colmeias em ilhas sem qualquer tipo de intervenção apicola e o resultado foi o declinio de todas, passados uns anos... Nos cortiços talvez o espaço limitado possa ter alguma influência, mas já não acredito em milagres (Os milagres são a preguiça de Deus)!
Refiro-me ao espaço limitado dos cortiços como factor influenciador da enxameação, que pode provocar momentos sem postura adiando também o desenvolvimento do varroa.
Já vou no terceiro comentário mas lembrei-me agora, em relação à renovação de ceras, de uma colmeia em que os quadros do ninho foram renovados na totalidade (passou de reversível a lusitano), e as abelhas ainda tiveram energia para encher duas alças reversíveis (vamos lá ver se já estarão mesmo cheias...)!! A rainha em questão nasceu no ano passado, e foi feita pelas abelhas para substituir uma já velhinha, também ajudou não ter havido enxameação(sei-o pela pinta da rainha)! É claro que tive outros casos em que passei de reversível a lusitano e o resultado ficou muito aquém disto. No outro dia andava a matar a cabeça a pensar se não seria preferível renovar a cera toda de uma vez, se acontecesse sempre como na colmeia em questão até não era má ideia, o problema é acho que foi a excepção...
O que eu penso que acontece é o seguinte: O maneio que ele faz dos cortiços no que respeita a povoamentos é todo baseado na enxameação. Com a dimensão dos que ele tem, cada um dá de um a três enxames/ano. Ora a enxameação dá-se na Primavera, quando os cortiços estão cheios de criação e, nesta altura, há poucos varroas nas abelhas adultas, estando quase todos na criação. Só no princípio do Verão, com o decréscimo desta é que estes passam em massa para as abelhas. Portanto ele obtém enxames nús com poucos varroas, porque estes ficaram quase todos no cortiço mãe. É o recém povoado que se vai desenvolver e dar mel e enxames no ano seguinte. O cortiço mãe penso que morrerá no Outono/Inverno. Afinal, como diz o nosso amigo do Monte do Mel, há mesmo um velho atrás da colina! Eu gosto do ácido oxálico. Embora morram algumas abelhas (mais do que com o timol) tem uma grande constância de resultados (o nível de eficácia depende apenas da quantidade de criação operculada existente) e a grande vantagem de poder ser usado com qualquer temperatura, não estando dependente desta. Costumo usá-lo em Dezembro ou em Janeiro que é a altura em que tenho menos criação, o que permite chegar a meados de Fevereiro altura em que uso o timol. Um abraço. Abelhasah.
Isso dos cortiços dá que pensar, e dava-nos panos para mangas. :-) Tenho medo que nem sempre os problemas causados pelo varroa se esgotem no varroa, mas também não tenho grande experiência para estar a opinar... Eu não desgosto do Ácido Oxálico, tenho um certo medo (provavelmente infundado devido a ser aplicado em xarope) mas até já o comprei só que ainda não pude experimentar. Mas nestas colmeias de tábuas não acho muito prático exactamente por terem de ser abertas em alturas de frio e, ao contrário das de quadros em que apenas se levanta a prancheta, estas necessitam de demasiado tempo para separar os favos e movimentar as tábuas. Se se mexe nestas colmeias com a mesma atitude com que pode mexer nas de quadros, é provavel que a proxima vez que a abrirmos encontremos favos no chão. Mas suponho que com jeito nada seja impossivel. Muito provavelmente este inverno vou experimentar o Oxalico. Para mim é dificil analisar quando haverá menos criação, este ultimo ano, por exemplo, esteve um dezembro anormalmente quente... Abraço Ricardo
As minhas saudações apícolas!
ResponderEliminarEssa colmeia "top bar" é espectacular. Fico sempre com curiosidade acerca dela. Principalmente no que respeita aos tratamentos para o varroa. Costuma fazer os mesmos tratamentos que faz às outras colmeias? Nota alguma resistência maior desta colmeia em relação às outras?
Esta semana tive notícias de um confrade do Alto Alentejo, com quem não falava há muitos anos. É um apicultor de cortiços (é verdade ainda os há) e que me disse que desde há seis anos não usa "químicos" para o varroa e que tem menos mortalidade do que quando os usava.
Fiquei sem palavras e como a conversa foi de "fugida", não consegui aprofundar o assunto.
Tenho muitas dúvidas que seja mesmo como ele diz. Primeiro é preciso averiguar o que é que ele entende por "químicos" e depois se não estará a usar qualquer coisa que ele não inclua nos tais "químicos".
Só vendo. Acho que lá para Setembro ou Outubro consigo tirar um fim de semana para ir até ao Alentejo verificar pessoalmente o que ele me diz.
Um abraço.
Abelhasah.
Olá, Abelhasah!
ResponderEliminarEu já ando à muito para falar destas colmeias, desta e de outra que instalei este ano, mas não tenho conseguido achar as palavras para escrever, e também não queria estar só a colocar videos e fotos, sem texto, talvez em breve....
Em relação ao varroa não notei nada de especial! No final da época passada observei abelhas com asas deformadas e tive que tratar. Experimentei timol em várias proporções, misturado com óleo alimentar e cera, embebido em cartão canelado e colocado entre os favos, tive surpresas desagradáveis pois parece-me que as abelhas até os favos roeram para se verem livres do timol (deu-me a impressão que até mel transfegaram)! O volume do ninho influencia muito...
Como obtive fracos resultados com o timol no inicio deste ano utilizei o fluvalinato, em detrimento do Ac. Oxalico, que me parece mais susceptivel de acabar no mel, as tiras do tratamento, tal como o cartão canelado do timol podem ser seguras por um fio preso entre as tabuas. A minha ideia para a renovação da cera devido a estes problemas, é cortar alguns favos do ninho numa altura em que as abelhas já tenham boas condições de força, e obriga-las a fazer favo novo de ninho, não ajuda muito as abelhas mas é preferivel aos tratamentos se acumularem na cera. Num ninho forte de 10 favos, penso que se podem cortar 5, ficando os de cera mais velha sempre à esquerda, enfim, é um bocado drástico e são operações que se dispensavam bem, se não fosse a varroa...
Os favos cortados podem ser colocados no chão da colmeia para não ser uma perda total para as abelhas.
Como a colmeia tem duas entradas, uma em cada ponta da colmeia, há sempre a hipotese (que ainda não experimentei) de usar alguns desses favos para fazer desdobramentos, utilizando uma tábua de divisão que está sempre na colmeia.
Mas ainda não tenho isto tudo muito bem assente porque, como disse, tenho a colmeia à pouco tempo.
Eu também fico sem palavras em relação a essas abelhas dos cortiços...
Até agora nas minhas abelhas não notei nenhumas que, mais tarde ou mais cedo, não tenham problemas com a varroa, basta muito simplesmente o enxame desenvolver bem e depois chegar o fim do verão...
Penso que já foram feitas experiencias de colmeias em ilhas sem qualquer tipo de intervenção apicola e o resultado foi o declinio de todas, passados uns anos...
Nos cortiços talvez o espaço limitado possa ter alguma influência, mas já não acredito em milagres (Os milagres são a preguiça de Deus)!
Abraço
Ricardo
Refiro-me ao espaço limitado dos cortiços como factor influenciador da enxameação, que pode provocar momentos sem postura adiando também o desenvolvimento do varroa.
ResponderEliminarRicardo
Já vou no terceiro comentário mas lembrei-me agora, em relação à renovação de ceras, de uma colmeia em que os quadros do ninho foram renovados na totalidade (passou de reversível a lusitano), e as abelhas ainda tiveram energia para encher duas alças reversíveis (vamos lá ver se já estarão mesmo cheias...)!!
ResponderEliminarA rainha em questão nasceu no ano passado, e foi feita pelas abelhas para substituir uma já velhinha, também ajudou não ter havido enxameação(sei-o pela pinta da rainha)!
É claro que tive outros casos em que passei de reversível a lusitano e o resultado ficou muito aquém disto.
No outro dia andava a matar a cabeça a pensar se não seria preferível renovar a cera toda de uma vez, se acontecesse sempre como na colmeia em questão até não era má ideia, o problema é acho que foi a excepção...
O que eu penso que acontece é o seguinte:
ResponderEliminarO maneio que ele faz dos cortiços no que respeita a povoamentos é todo baseado na enxameação. Com a dimensão dos que ele tem, cada um dá de um a três enxames/ano. Ora a enxameação dá-se na Primavera, quando os cortiços estão cheios de criação e, nesta altura, há poucos varroas nas abelhas adultas, estando quase todos na criação. Só no princípio do Verão, com o decréscimo desta é que estes passam em massa para as abelhas. Portanto ele obtém enxames nús com poucos varroas, porque estes ficaram quase todos no cortiço mãe. É o recém povoado que se vai desenvolver e dar mel e enxames no ano seguinte. O cortiço mãe penso que morrerá no Outono/Inverno.
Afinal, como diz o nosso amigo do Monte do Mel, há mesmo um velho atrás da colina!
Eu gosto do ácido oxálico. Embora morram algumas abelhas (mais do que com o timol) tem uma grande constância de resultados (o nível de eficácia depende apenas da quantidade de criação operculada existente) e a grande vantagem de poder ser usado com qualquer temperatura, não estando dependente desta. Costumo usá-lo em Dezembro ou em Janeiro que é a altura em que tenho menos criação, o que permite chegar a meados de Fevereiro altura em que uso o timol.
Um abraço.
Abelhasah.
Isso dos cortiços dá que pensar, e dava-nos panos para mangas. :-)
ResponderEliminarTenho medo que nem sempre os problemas causados pelo varroa se esgotem no varroa, mas também não tenho grande experiência para estar a opinar...
Eu não desgosto do Ácido Oxálico, tenho um certo medo (provavelmente infundado devido a ser aplicado em xarope) mas até já o comprei só que ainda não pude experimentar.
Mas nestas colmeias de tábuas não acho muito prático exactamente por terem de ser abertas em alturas de frio e, ao contrário das de quadros em que apenas se levanta a prancheta, estas necessitam de demasiado tempo para separar os favos e movimentar as tábuas.
Se se mexe nestas colmeias com a mesma atitude com que pode mexer nas de quadros, é provavel que a proxima vez que a abrirmos encontremos favos no chão. Mas suponho que com jeito nada seja impossivel.
Muito provavelmente este inverno vou experimentar o Oxalico. Para mim é dificil analisar quando haverá menos criação, este ultimo ano, por exemplo, esteve um dezembro anormalmente quente...
Abraço
Ricardo